domingo, 14 de julho de 2013

inveja

inveja

No princípio de sua dor aquele sujeito rivalizava até com a paisagem. Antes mesmo que gatos e passarinhos se pusessem em resguardo de chutes, palavras de mal dizer... O acúmulo de sofrimentos no homem, ele praticava suas iras contra os animais. Aprendiam os bichos a pânicos que amor não se espera e a falta deste a ausência muito desespera. O caso se era uma inveja das liberdades? Quem sabe! Uns de fome o sujeito até se pratica a autoternura: um Vexame! Qual gente sozinha, a pessoa com frio e o silêncio? Uma ave de insônia em errância. Mergulhos na própria dor.  
Todaviaos enluarados. Um amanhece azul e que só um grilo lhe flecha o sonho, outro na rua a passos de quem sabe as bandas do nascente, se distanciando outro. Vai à trilha crescendo para escrever rumo onde flor é flor mesmo, no chão e paisagem. Olhar e desejar - nasce relva surge rio com riso o pomar é paraíso. Partiu aqueloutro levando do dia anterior uma criança nos olhos.
E tinha um desconforto uma tristeza bem triste o desditoso homem, Se Arrancava os cabelos em silêncio, esse era ainda a sua privada casca. Tão ferido os dedos rasgando a própria carne e sangrava agonias. Além de permanecer em estado de alerta o atormentado e seu impróprio bicho interior, ele tinha por princípio ser ensombreado nos fins. Mas que nunca ninguém soube por que daquelas suas vinganças se auto-aplicando.
 Salvo a fera, conquanto de impossível queria eu era de haver o tempo, ele sorrindo, mas o tal só se dava a desafeições que eu tinha tanta pena. Um dia o chamei as quantas de lhe dizer umas poucas bOAS palavras. umas desarroganciazinhas de carinho, Se me permitia? Intencionava umas palavras pra ele a palavra cada qual com uns pintos de sol. Fui breve logo dizendo para ele não ter implicância com a própria vida dele e mais as alheantes. Justo elas lhe esbarrando as dissidências seus descaminhos frios. Deviam os aconteceres ser com as gentes e bichos só para arrepios, pensava eu - tem que ser a criatura gente de justiça e beber na paz. E minha pretensão por ele era apenas um passeio, andar os dois de ir e volta do poente ao dia anterior. Mas ele entorta, me acusa a de vADIAGEM, até disse uma palavra safalário ou salafrário que não entendi nada bem. Contudo, achei que era bonita a palavra. Em desde trago-a no bolso escrito assim - Sou salafrário!?... E que repito com arranjos para assobio.
Para o homem não dei trégua. Já que não escutava falei a boca solta: disse poética ele “enganação, disse aRtE, ele “embromação”. Escutei ruídos de música e pedi atenção, ele – “sai de mim poeta chinfrim”! Fui TEIMOSO: “então o que o acaso trás e o vento nos cabelos?” Ele esconjura e diz - “sou a razão”. Eu sou a flauta e o bailarino, meu corpo languida-se de ser feliz e o convidei para dançar, ele pedra. Eu  convocava aos salões, ele pupila rasa. O bailado foi só meu e caí em seu ocaso.
Pássaros espiavam das árvores, eu no rente chão cuidava uma cigarra. O homem surdo, contudo lhe vi um descuido: ele não queria e viu a flor que colibri flechara. Eu? - Ah! “se de tais rosas tua estátua se erigisse!”. Meu arpão a ponto de mágoa e foi que no final do embate ouvi: “e as vozes?” Escutei o incrédulo e arrematei: “no PARAíso vou apascentar-me de ternuras, para ti não há carícia que te salve, a preguiça tudo cala.
E os bichos, pressinto o que ele quase pensava. Acrescentei, nós temos os contentamentos, tu as raivas e quando eu disse - “Os pássaros” e piei, ele grita: me irritam. E eu por último: “ave de princípio um dia também voo”.

O homem? Entrou em desamparo de me escutar assim. E me decretou a derradeira palavra - Louco!

Obs: o texto foi publicado no Jornal de Artes, edição: julio/13.


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