sábado, 18 de junho de 2011

Pra dizer que falei de amor


             
 
O desejo no homem não dá trégua e não há disfarce que possa ocultar tanta ânsia. E quem não era de ter um desarvoramento sobre o corpo amado!
Só o soberbo nega-se ardente e não recorre ao suicídio para apagar tamanha covardia.
Quem pelo gozo não quis amar como os loucos! Com a sede dos lunáticos, o amor nos doidos nasce mais lúcido. Ama-se em rebuliço para dar distração aos áridos.
E quem vê como sacrifício alongar os braços para o encontro de dois corpos, se amando em estreitamentos... Este não sabe reconhecer os anseios da própria carne e se mente.
Eis que teatrar o vício do amor ardido pode reduzir o abismo em tempo de separação. E que têm olhos sábios os que acalentam os próprios sustos junto aos desassossegos do Ser.
Todavia sei que é lícita a conjectura de que amar com escândalo é crime, mesmo sendo o desvario a mando do coração. Mas quantos são os que amam de amor e seu contrário no mesmo ato se não os enluarados?
Eu sempre digo sim aos convites dos olhos de meu amado e devolvo o chamado com faísca de pupilas. E me prático uns sorrisos só para ele, depois as impressões de mim nele, ele explorando minhas dimensões e guardo tudo para o livro de sacramentos.
Hoje logo despertei ocultava uns restos do sono atrás das pálpebras e me dizia: chega de decifrar navalhas, que isso é exercício para os esquivos. Ou será que por timidez não sustentava o amor com riso? Será que me ficava à sombra com olhos à flor do corte! Por medo?
Mas se eu penitencio os que falam de seus amados com distraimentos!... Eu por exemplo, só me quero como louca de pedra, uma vidente anunciando o amor, livre dos juízos.
Serei eu na Ágora a falar do AMOR como os grandes de ROMA. E sendo para o meu amado de uma loucura aflita em irisado gesto de poesia só por ele.
E tenho que quando me chegarem com injúrias, suavizaria a máscara respondendo a ofensa com um truísmo. Com olhos em inclinação de modéstia sou de ofertar uma rosa ou assemelhado susto a meus algozes.
Os espinhos... Deixo-os oculto no grito interior: nunca mais farei escândalo quando descobrir que me enviaram um arpão oculto num lírio.
Sim, eu terei toda a coragem que não tem um exército inteirinho de desiludidos. Em toda essa lida de amar com gosto-mel e flor-pele descobri que de salto em salto as auroras hão de atingir-me em cheio. 
E meus dias antes escritos com puro grafite, agora as palavras registram-se luminosas por mim. E ele... É o meu bsoluto Sol.
               

segunda-feira, 13 de junho de 2011

As crueldades da meninice...


Crônica do Brejo

Sapir é espesso de vida. Sujo de barro
E nuvem. Mas plenamente concebível
Se o objetivo do herói for susto em namorada.

Periga Sapir colher gorjeios. Põe fito em espelho d`água
 (quase anuro) se vê ave. E têm seus dias Pedregulho
                                                Ou alcaparras de asas.

        O pobre nem se quer desconfia do destino:
 - Uma desgraça! Ser escória no brejo!

À noite (Sapir) se banha de luar. Faz cantoria
Mira o céu e tem espasmos. É quando a Coruja-Pia
                      Sobrevoa seu reino de seda.

No encharcado Sapir foi flechado de luz.
Lerdo espanto erra o salto. Foi.
 E virou isca. Para menino em-dia-bravo
É só mais um sapo no muro.
Planificado!